Guerra Fria
Introdução
Confronto ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética. Não houve um conflito militar direto entre as duas superpotências, mas ocorreram intensas lutas econômicas e diplomáticas.
Antecedentes
Os Estados Unidos intervieram nos conflitos internos russos e até 1933 não reconheceram o Estado soviético. Embora aliados contra a Alemanha nazista, a aliança se desfez após a vitória sobre a própria Alemanha, por causa de insuperáveis diferenças ideológicas.
Os diferentes interesses pós-1945 levaram a suspeitas e hostilidades mútuas em meio a uma rivalidade crescente fundamentada na ideologia. Alguns historiadores, invocando a geopolítica e outras razões, argumentam que as relações entre os poderes durante a Guerra Fria não eram piores do que as existentes em outras épocas. Entretanto, a natureza ideológica da luta e a ameaça de um holocausto nuclear colaboraram para esconder as tensões políticas que ressurgiram em várias partes do mundo, uma vez que a antiga forma de organização e relacionamento entre os países havia sido modificada. Paradoxalmente, a Guerra Fria assegurou a paz militar na Europa durante quase 50 anos.
Manobras e Contramanobras
Em 1948, Truman lançou o Plano Marshall para a reconstrução da Europa Central e Ocidental, propondo a criação de uma aliança militar que seria a chamada Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No ano seguinte, os soviéticos conseguiram a bomba atômica e nas lutas civis chinesas foram vencedores os comunistas que se aliaram a Stalin. Na Guerra da Coréia (1950-1953), enfrentaram-se o regime comunista do Norte e o pró-ocidental do Sul. As tensões da Guerra Fria foram reativadas no final da década de 1950, quando ambos os lados começaram a desenvolver projetos para a construção de mísseis balísticos intercontinentais. A União Soviética tentou proteger a Alemanha Oriental comunista de uma fuga da população para o Ocidente ao construir o Muro de Berlim em 1961. Cada superpotência também tentava influenciar as nações emergentes da Ásia, da África, do Oriente Médio e da América Latina. Em 1962, surgiu uma grave crise quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) instalou mísseis em Cuba e o presidente John Fitzgerald Kennedy ameaçou com represálias nucleares. Os soviéticos retiraram os mísseis em troca da promessa de Kennedy de não invadir Cuba.
Ambos os lados tornaram-se mais moderados devido à crise dos mísseis de Cuba, demonstrando a relutância mútua em travar uma guerra nuclear. De alguma maneira, a rígida polarização anterior foi arrefecida. Os soviéticos se enfraqueceram devido à cisão entre a China e Moscou, aos acontecimentos em Praga na primavera de 1968 e às manifestações opositoras em outros países da Europa Oriental.
Enquanto isso, os Estados Unidos estavam lutando no Vietnã, uma ação militar que custou a vida de 57 mil soldados norte-americanos e 2 milhões de vietnamitas. Por volta de 1973, as duas superpotências chegaram a um acordo sobre uma política de distensão na tentativa de deter a corrida armamentista. Foi o acordo Salt de limitação de armas estratégicas.
Fim da Guerra Fria
Em 1985, Mikhail Gorbatchov e Ronald Reagan, que no começo da década haviam iniciado um novo plano de desenvolvimento armamentístico, decidiram reduzir sua presença na Europa. A reunificação alemã e o esfacelamento da URSS colaboraram para o fim da Guerra Fria. George Bush declarou a necessidade de "uma nova ordem mundial".
Em maio de 1997 foi assinado um acordo histórico entre a Rússia, representada pelo presidente Boris Yeltsin, e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sendo seu secretário-geral Javier Solana. O acordo estendeu a atuação da Otan aos países do antigo bloco soviético e foi reconhecido pela sua Ata de fundação no que diz respeito às relações mútuas e de cooperação entre a Otan e a Rússia. As duas partes deixavam de considerarem-se adversárias, razão pela qual numerosos analistas têm considerado o fato o fim definitivo da Guerra Fria.
Confronto ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética. Não houve um conflito militar direto entre as duas superpotências, mas ocorreram intensas lutas econômicas e diplomáticas.
Antecedentes
Os Estados Unidos intervieram nos conflitos internos russos e até 1933 não reconheceram o Estado soviético. Embora aliados contra a Alemanha nazista, a aliança se desfez após a vitória sobre a própria Alemanha, por causa de insuperáveis diferenças ideológicas.
Os diferentes interesses pós-1945 levaram a suspeitas e hostilidades mútuas em meio a uma rivalidade crescente fundamentada na ideologia. Alguns historiadores, invocando a geopolítica e outras razões, argumentam que as relações entre os poderes durante a Guerra Fria não eram piores do que as existentes em outras épocas. Entretanto, a natureza ideológica da luta e a ameaça de um holocausto nuclear colaboraram para esconder as tensões políticas que ressurgiram em várias partes do mundo, uma vez que a antiga forma de organização e relacionamento entre os países havia sido modificada. Paradoxalmente, a Guerra Fria assegurou a paz militar na Europa durante quase 50 anos.
Manobras e Contramanobras
Em 1948, Truman lançou o Plano Marshall para a reconstrução da Europa Central e Ocidental, propondo a criação de uma aliança militar que seria a chamada Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No ano seguinte, os soviéticos conseguiram a bomba atômica e nas lutas civis chinesas foram vencedores os comunistas que se aliaram a Stalin. Na Guerra da Coréia (1950-1953), enfrentaram-se o regime comunista do Norte e o pró-ocidental do Sul. As tensões da Guerra Fria foram reativadas no final da década de 1950, quando ambos os lados começaram a desenvolver projetos para a construção de mísseis balísticos intercontinentais. A União Soviética tentou proteger a Alemanha Oriental comunista de uma fuga da população para o Ocidente ao construir o Muro de Berlim em 1961. Cada superpotência também tentava influenciar as nações emergentes da Ásia, da África, do Oriente Médio e da América Latina. Em 1962, surgiu uma grave crise quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) instalou mísseis em Cuba e o presidente John Fitzgerald Kennedy ameaçou com represálias nucleares. Os soviéticos retiraram os mísseis em troca da promessa de Kennedy de não invadir Cuba.
Ambos os lados tornaram-se mais moderados devido à crise dos mísseis de Cuba, demonstrando a relutância mútua em travar uma guerra nuclear. De alguma maneira, a rígida polarização anterior foi arrefecida. Os soviéticos se enfraqueceram devido à cisão entre a China e Moscou, aos acontecimentos em Praga na primavera de 1968 e às manifestações opositoras em outros países da Europa Oriental.
Enquanto isso, os Estados Unidos estavam lutando no Vietnã, uma ação militar que custou a vida de 57 mil soldados norte-americanos e 2 milhões de vietnamitas. Por volta de 1973, as duas superpotências chegaram a um acordo sobre uma política de distensão na tentativa de deter a corrida armamentista. Foi o acordo Salt de limitação de armas estratégicas.
Fim da Guerra Fria
Em 1985, Mikhail Gorbatchov e Ronald Reagan, que no começo da década haviam iniciado um novo plano de desenvolvimento armamentístico, decidiram reduzir sua presença na Europa. A reunificação alemã e o esfacelamento da URSS colaboraram para o fim da Guerra Fria. George Bush declarou a necessidade de "uma nova ordem mundial".
Em maio de 1997 foi assinado um acordo histórico entre a Rússia, representada pelo presidente Boris Yeltsin, e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sendo seu secretário-geral Javier Solana. O acordo estendeu a atuação da Otan aos países do antigo bloco soviético e foi reconhecido pela sua Ata de fundação no que diz respeito às relações mútuas e de cooperação entre a Otan e a Rússia. As duas partes deixavam de considerarem-se adversárias, razão pela qual numerosos analistas têm considerado o fato o fim definitivo da Guerra Fria.
Fonte: www.historiadomundo.com.br
Filmes para estudar a Guerra Fria
1. 13 dias que abalaram o mundo (2000)
"Com a tagline “Você nunca vai acreditar quão perto chegamos” esse filme relata os treze dias que se passaram em 1962 desde o momento que o presidente John F. Kennedy foi avisado de que bombas estavam sendo levadas até Cuba até o fim da crise.
Em outubro daquele ano, fotos de vigilância dos EUA perceberam que uma base de lançamento de mísseis estava sendo montada na ilha, que havia acabado de passar por uma revolução socialista. Ao mesmo tempo, os navios soviéticos com as armas que poderiam aniquilar os norte-americanos se aproximavam de Cuba. O filme mostra os acontecimentos da época e as possibilidades consideradas pelo presidente Kennedy que, com uma simples ordem, poderia abrir fogo contra a União Soviética e começar uma nova guerra mundial."
Filme completo: http://www.youtube.com/watch?v=1hW7PgbOdFc
"Esse filme, dirigido por Wolfgang Becker, não retrata o ápice da Guerra Fria, mas sim o final dela – e o desmantelamento da União Soviética.
A história conta a vida de uma mulher que entrou em coma antes do fim da Guerra e só acordou em 1990. Seu filho recebe o aviso do médico: a mãe não pode passar por muitas emoções. A queda do muro de Berlim e o fim do regime soviético certamente seriam fortes emoções e o garoto agora tem de esconder da mãe que sua amada “Alemanha Oriental” não mais existia.
Adeus, Lênin mostra de forma sutil e perspicaz detalhes de como era essa divisão entre as Alemanhas e como a política do período alterava o dia a dia das pessoas comuns na Europa."
Filme completo: http://www.youtube.com/watch?v=Z9vpF6IWaQk
3. Boa noite e boa sorte (2005)
"No começo da década de 1950 a ameaça do comunismo nos Estados Unidos gerou uma onda de paranoia entre os cidadão comuns. Um senador norteamericano se aproveitou disso e criou uma doutrina conhecida como Macartismo (por conta de seu nome, Joseph McCarthy), que estimulava qualquer pessoa a denunciar comportamentos tidos como suspeitos. Durante esse período, que foi uma verdadeira “caça às bruxas” moderna, muitos artistas, jornalistas e qualquer um que tivesse condutas “questionáveis” foram perseguidos.
O filme, dirigido e estrelado por George Clooney, mostra bem a atmosfera de medo e delações premiadas que existia na época. O repórter Murrow e o produtor Fred Friendly decidem se opor às práticas do Macartismo e acabam sofrendo consequências."
4. Dr. Fantástico (1964)
"Dirigido por Stanley Kubrick, Dr. Fantástico é uma grande sátira da paranoia e do militarismo do período da Guerra Fria. Um general louco começa um processo que pode levar a uma guerra nuclear numa “sala de guerra” repleta de militares e políticos, que, por sua vez, tentam entrar em contato com os aviões antes que eles lancem a bomba na União Soviética.
Cada um dos personagens é um estereótipo de personagens da época: o militar que quer guerra, o cientista alemão, o piloto “caipira” e nem mesmo Hitler escapam da sátira de Kubrick. Muitas das falas fazem referência às teorias do período, como a de Destruição Mútua Assegurada (em inglês, a sigla é MAD, que significa “louco”), segundo a qual uma guerra nuclear necessariamente terminaria na eliminação das duas potências e, por isso, nem Estados Unidos nem União Soviética iniciariam um ataque direto."
5. Jogos de Poder (2007)
O drama traz os bastidores da Guerra do Afeganistão, uma das “guerras quentes” do período. No congresso americano, o político Charlie Wilson luta para angariar fundos para os rebeldes afegãos, osmujahidin, que lutavam contra o governo marxista do país. A guerra foi um dos grandes exemplos do paradigma da época: EUA e URSS não se enfrentaram diretamente, mas era claro que os soviéticos apoiavam o governo afegão e que os americanos financiavam os insurgentes.
O filme mostra bem essa divisão e o andamento da guerra civil afegã. Ao mesmo tempo, há um bom retrato dos jogos de poder e politicagem que aconteciam nas instituições oficiais norte americanas. O drama ainda faz questão de apontar as ironias históricas da ação dos Estados Unidos que, décadas mais tarde, chegaram a enfrentar esses mesmos mujahidin na sua luta contra o terrorismo.
6. Platoon (1986)
Uma lista com filmes da Guerra Fria não poderia ficar sem uma obra baseada na Guerra do Vietnã. Platoon traz Charlie Sheen como um jovem recruta no sudeste asiático que é forçado a ver os piores horrores da guerra e passa por uma grande crise moral. Idealista, Chris foi um voluntário para lutar na guerra pois acredita que deve defender seu país, assim como fizeram seu avô e seu pai em guerras anteriores. Mas aos poucos, com a convivência dos demais recrutas e dos oficiais que o cercam, ele vai perdendo sua inocência e passa a experimentar de perto toda a violência e loucura de uma carnificina sem sentido.
Trailer (em inglês): http://www.youtube.com/watch?v=WFvDtLDCsO4
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